VOLTA DO FILHO DESVIADO
Quero escrever um pouco hoje sobre a parábola do filho pródigo, contada por Jesus há quase dois mil anos e descrita no Evangelho de Lucas. Segue seu texto:
“E disse (Jesus): Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dê-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. E, tendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidade. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu seu pai, que se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Tragam depressa a melhor roupa, e vistam nele, e ponham nele um anel na mão e sandálias nos pés, e tragam o bezerro cevado, e matem-no; e comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se. E o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe o que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar. E, saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha se perdido e foi achado” (Lucas 15:11-32).
Essa parábola aparentemente é estranha, e pode dar a pensar que o pai da estória não foi justo.
Lembro-me que nas primeiras vezes em que a li não concordei muito com a lição de Jesus.
Todavia, com o passar do tempo, e absorvendo novos paradigmas morais, e espirituais, e passando a ler e a estudar mais as mensagens de Jesus, deixadas para nós através dos evangelistas, comecei a ter uma nova e diferente visão dessa parábola.
Na minha prática mediúnica, mantenho constante contato com espíritos que vivem nas trevas por vontade deliberada, por ser, segundo ouvi de um deles certa vez, um “estilo de vida”, o que me chocou tremendamente da primeira vez. Mas já me acostumei a ouvir coisas semelhantes, já com muito mais tranquilidade e aceitação. É uma escolha, e não posso forçar os outros a mudarem de vida, se eles realmente não quiserem se transformar.
Ouço muitos desses irmãos afeitos ao que chamamos de mal dizerem que o mal é relativo, que o que nós fazemos também é um mal, para eles. E eles fazem o bem para eles mesmos.
Muitos dizem que estão felizes com a vida que levam, e que não têm nenhuma intenção ou desejo de mudar de vida.
O que eles buscam, conforme normalmente me dizem, ao questioná-los, é o poder. O poder de mando, de dominação, querem poder controlar as coisas e as pessoas.
Os espíritos que vivem nas chamadas trevas são frios, resolutos, calculistas, perseverantes, autoritários, mandões, perversos, insensíveis, rancorosos, violentos, vingativos, competitivos, não admitem contestação ou desordem em suas organizazões, nem revolta ou insubmissão, e poderia encher toda uma página descrevendo seus traços de personalidade e suas características, havendo um tipo comum, com algumas especificidades.
Certa vez, conversando com um deles, velho conhecido meu, dos tempos do Egito antigo, questionei quando ele começou a agir daquela forma, quando se associou ao mal, quando se aliou a organizações do mal, e ele me disse que tinha tanto tempo que nem se lembrava. Ele realmente não sabe e não quer saber como e porque se tornou maldoso, perverso.
Hoje, utilizando a moderna psiquiatria, e a psicologia, poderíamos diagnosticar muitos desses seres de psicopatas, ou de personalidade de traços perversos, sendo seres desajustados interiormente, doentes da alma, sem o perceberem, e muitos se alegram e ficam mesmo contentes quando falamos que eles são perversos. São perversos assumidos, e não tê nenhuma vergonha disso.
Todos os líderes de organizações trevosas que conheci até hoje, e com quem conversei, demonstram frieza, falta de sentimento, falta de remorso, falta de afetividade, desamor, orgulho e vaidade ao extremo. Nenhum tem sentimento de culpa pelas coisas que faz, mesmo escravizando outros espíritos desencarnados, e tratando-os a ferro e fogo, com grande crueldade. Não acham que estão fazendo algo errado.
Nenhum deles, no entanto, nasce perverso!
Nenhum espírito surge no universo já pervertido, nem portando algum tipo de distúrbio psicológico.
Ninguém nasce psicopata!
Em algum momento da vida em evolução eles se deixaram envolver por outros seres mais inteligentes e experientes, e já envolvidos no mal, e se deixaram moldar na maldade, acolhendo como mestres almas há muito tempo perdidas...almas perversas, muitas delas vindas de outro orbe, como os conhecidos exilados de Capela.
Também eu, há muitos e muitos séculos atrás, me deixei envolver por seres assim, e fiquei entre eles por muito tempo, mas chegou uma hora em que comecei a empreender o caminho de volta para a casa do Pai...
Com certeza fui ajudado, fui convencido por alguém de que “o crime não compensa”, e devo ter sofrido muito também, pois a dor em muitos casos nos desperta mesmo. As chamadas expiações têm um papel depurador da alma, e promovem o despertar da consciência interior que estava desviada.
Dizem meus amigos espirituais que eu também já tive muito poder. Mas um poder usado para o mal. Já fui mago, ou mago negro, como costumamos chamar, sacerdote egípcio em uma organização em que dominávamos as pessoas, e fazíamos coisas muito erradas, pelo que contam alguns antigos comparsas daquele tempo longínquo...
Até hoje antigos companheiros me perseguem, e me querem de volta na sua organização. Dizem que, como acontece na máfia, não se pode sair da organização, sem pagar por isso.
No entanto, já fiz minha opção pelo bem, e hoje estou do outro lado, do lado de Jesus.
Agora somente uso um pouco de hipnose para desfazer processos de licantropia, fazendo os espíritos que se encontram em forma de lobo, serpente ou dragão retomarem e reassumirem a sua forma humana. A sugestão falada, que é a base da hipnose, junto com o passe magnético auxiliam nesse processo. E o meu ectoplasma agora só serve para curar, e é bem utilizado...estou desfazendo um pouco do mal que fiz lá atrás...
Quem sabia hipnotizar para dominar, agora faz uso da mesma ferramenta para libertar almas acorrentadas e escravizadas.
Não é fácil sair das trevas! Não é fácil abondonar seus antigos companheiros de maldade e “subir para a luz”...isso não é assim tão fácil...
Raros são os magos, os dragões, os líderes das organizações que debandam, como eles chamam, ou que se transformam, e eles chamam esses que assim procedem de traidores...e a perseguição é implacável, e pode durar séculos e até milênios...
Todavia, todos um dia mudam...um dia o ser se cansa da vida voltada para escravizar e dominar os outros...
O Pai, como Jesus chamava Deus, está a nossa espera...
Todos esses espíritos voltados para o mal são como o filho pródigo da parábola contada pelo mestre. Um dia saíram de casa e se perderam, mas o Pai os aguarda pacientemente. E quando eles retornarem para a casa do Pai haverá realmente uma grande festa no céu.
Cada alma dessas que se salva, e a salvação é pessoal, é íntima, cria um clima de festa nos altos planos, pois isso não acontece todo dia.
Deus espera a nossa volta! Espera que saiamos do caminho tortuoso, do vício, do crime, da maldade, da perdição, e mudemos de vida de verdade, para podermos subir para os planos paradisíacos, para o paraíso, para o céu...
Cada ovelha negra perdida e desgarrada do rebanho é objeto de orações e de grande preocupação lá em cima. E os seres de luz não descansam enquanto todas as ovelhas não tiverem sido resgatadas e recolocadas de volta no rebanho do Senhor...
Filho pródigo, filho perdido, volte para a casa do Pai, e receba Dele todo o carinho e todo o amor que Ele tem para te dar!
Muita paz!
Salvador, 27 de março de 2010.
Luiz Roberto Mattos
27/3/2010 09:51:27
http://mestresanakhan.com.br/home/ler_relato.asp?cod=16
++
Fernanda
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