A BUSCA PELA ESPIRITUALIDADE

*A BUSCA PELA ESPIRITUALIDADE* - Maria Aparecida Calamari Linares

Nas últimas duas décadas acompanhamos o intenso crescimento no *inconsciente
coletivo* em relação à *espiritualidade*. Esse processo vem ganhando mais
força e mais adeptos, levando a população aproximar-se cada vez mais das *
religiões* tentando com isso, *preencher um grande vazio em seu interior*.

Até 1.300 a *Igreja Católica* foi responsável pela influência marcante sobre
a *população medieval*, atuando em setores assistencial pedagógico,
econômico, político e mental, ou seja, muito além da sua função *religiosa*e
*espiritual*. Antes de 1300 não havia ateus!

Durante toda a *Idade Média* a *Igreja* foi o maior obstáculo para o *progresso
da ciência*, fazendo os cristãos acreditarem que seu destino era *vontade
divina* e que, por nada, poderia ser mudado. Á partir do século XIII
surgiram às primeiras *universidades*, trazendo consigo a crença de que,
estudando os trabalhos de *Deus* através da *ciência*, seria permitido aos
homens um *aumento de consciência* em relação à *onipotência* e à *sabedoria
divina*.

No século XIV, início do período *Renascentista*, o homem começa a ter outra
visão a respeito de si e do mundo a sua volta. Acreditando na possibilidade
de poder *mudar seu próprio destino*, passa a questionar o simbolismo
medieval e encoraja-se realizar a *mudanças de atitudes*, até então
impensadas.

Na busca de um entendimento que a *Igreja* os negava com medo de perder
autoridade, os pesquisadores saíram pelo mundo buscando respostas e, na
tentativa de dissociar a *ciência* da *religião*, só aceitavam como verdade
o que se podia provar e repetir. *Nicolau Copérnico, Galileu Galilei,
Giordano Bruno*, e *Isaac Newton* foram personalidades fundamentais
para a *revolução
da ciência*. Com o passar dos séculos, as *sociedades científicas* foram se
especializando e ao final do século XX, tínhamos uma tecnologia altamente
desenvolvida facilitando pesquisas em campos inovadores.

É claro que tudo isso teve um preço: o *afastamento do espiritual** *e de
tudo o que não se poderia explicar cientificamente. Só não sabíamos que
esse preço seria tão alto! Uma grande parte da população conseguiu sufocar
dentro de si sinais de *espiritualidade*, como *pressentimentos*, *intuições
*, *visões* e tudo o mais que as embaraçasse perante uma *sociedade cética e
materialista*.

Os *médiuns*, assim como os escravos, viram-se forçados a esconder sua *prática
religiosa* temendo sua exclusão da comunidade. Ia à *missa *no domingo e
freqüentava, discretamente, o *Terreiro de Umbanda* durante a semana
(localizado, normalmente, dentro da casa do *Chefe de Terreiro*), para não
ser chamado de *macumbeiro* (termo utilizado para denegri-lo perante a
sociedade).

Já no final do século XX, algumas pessoas começaram a sentir a necessidade
de um resgate em relação à *espiritualidade*. Lentamente foram buscando
aproximar-se cada vez mais da *religião* e vimos crescer, em todos os
sentidos a busca por *informação religiosa* e, o mais importante, os
mais *desenvolvidos
espiritualmente* libertaram-se e assumiram publicamente suas *condições
religiosas*, independentes do *credo*: nos seminários vemos crescer o
interesse dos jovens; as comemorações *judias* nunca foram tão explicadas e
comentadas nos meios de comunicação, fazendo com que suas tradições sejam
desvendadas para uma maioria que nunca entendeu esses rituais; nos *estudos
espiritualistas* vemos avançar o número de adeptos e o *médium*, por sua
vez, assumiu sua *condição mediúnica* perdendo totalmente o medo da
rejeição.

Nunca esteve tão em moda falar de *Jesus e de seus ensinamentos*. Nunca
vimos tantas publicações de *auto-ajuda* utilizando como tema a *
espiritualidade*. Revistas de todos os seguimentos trazem em suas capas *temas
religiosos* como chamamento. A mais recente delas e, na lista dos mais
vendidos, é o livro: *Jesus. O Maior Psicólogo Que Já Existiu,* de Mark W.
Baker, um psicólogo americano que prega que Jesus pode servir de inspiração
para o mundo dos negócios, justificando que Seu sucesso dava-se por falar em
forma de parábolas, que tornam os assuntos mais fáceis de serem
compreendidos e nos ajudam a entender os fatos a partir da nossa própria
perspectiva. Outro ensinamento é o de que você não precisa nocautear seu
concorrente para ter sucesso nas vendas. Se ele te "bate", você pode
revidar investindo mais no seu produto, no seu marketing e acreditar que
alcançará seu próprio sucesso sem revidar.
Para concluir, devemos dizer que essa busca pela *espiritualidade* só poderá
trazer o bem às pessoas e à humanidade. A preocupação com a *ecologia e o
aquecimento global* tem sido tema de desenhos animados (como a Era do Gelo
2, por exemplo), que buscam de forma agradável, trazer conscientização às
crianças - futuros responsáveis pela solução de problemas aparentemente
insolúveis, que ao longo de décadas vem se agravando por pura falta de
interesse das pessoas que governam, o que nos dá a real esperança de que um
mundo melhor está se formando, pois, tudo o que é baseado no respeito, na
igualdade e no amor que vem de Jesus, só nos trará bons frutos.

Maria Aparecida Calamari Linares
Coordenadora de Marketing da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE "ABC",
mantenedora do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA.
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