21/09/2012

CLARIVIDENCIA E CLARIAUDIENCIA


CLARIVIDÊNCIA  E  CLARIAUDIÊNCIA

Clarividência é a faculdade pela qual a pessoa vê os Espíritos com grande clareza.
A própria palavra indica: é a vidência clara.
Clariaudiência é a faculdade pela qual a pessoa ouve os Espíritos com nitidez.
É, por conseguinte, a audição clara.
Qualquer pessoa estudiosa dos assuntos espíritas saberá que o médium clarividente ou clariaudiente vê e ouve pela mente, sem necessidade do
concurso dos olhos e dos ouvidos corporais.
Quantas vezes, tentando sustar uma visão desagradável, produzida por um Espírito menos esclarecido, o médium fecha os olhos e, quanto mais os aperta,
a visão se torna mais nítida e melhor se definem os contornos da entidade?
Quantas vezes, também, fecha os ouvidos para não ouvi-la, comprimindo-os fortemente, sem, contudo, deixar de ouvir (a voz dos Espíritos»?
Bastaria isso, pensamos nós, para a comprovação plena da tese de que não se vê nem se ouve com os olhos e os ouvidos corporais.
Entretanto, acrescentemos outro exemplo: durante o sono a nossa alma, libertando-se algumas horas do corpo, inicia nova atividade, durante a qual vê,
ouve e sente sem a cooperação dos órgãos físicos, o que confirma, pacificamente, a realidade já bastante conhecida dos espíritas: a visão e a
audiência independem dos órgãos visuais e auditivos.
O médium vê e ouve através da mente, que, nesse caso, funciona à maneira de um prisma, de um filtro que reflete, diversamente, quadros e
impressões, ideias e sentimentos iguais na sua origem.
Uma ocorrência supranormal produzida pelos Espíritos, em recinto fechado ou em qualquer parte, pode ser vista e ouvida diferentemente por dois, três ou quatro médiuns.
Cada um vê-la-á a seu modo, de acordo com o seu próprio estado mental e, em última análise, com os seus próprios recursos psíquicos.
Respondendo a uma indagação de Hilário sobre este assunto, o Assistente Áulus esclarece:
“O círculo de percepção varia em cada um de nós.” E, mais adiante, acrescenta, a guisa de exemplo:
«Uma lâmpada exibirá claridade lirial, em jacto contínuo, mas, se essa claridade for filtrada por focos múltiplos, decerto estará submetida à cor e
ao potencial de cada um desses filtros, embora continue sendo sempre a mesma lâmpada a fulgurar em seu campo central de ação...
O fenômeno psíquico é como a claridade da lâmpada: sendo o mesmo, pode ser observado e interpretado de vários modos, segundo a filtragem mental de cada medianeiro.
O gráfico ilustrativo deste capítulo objetiva comprovar a tese exposta:
assim como a claridade da lâmpada, ao atravessar focos de cores diferentes, faz que a luz tenha alterada a coloração original, da mesma forma três médiuns
(três mentes diferentes) obviamente registram a seu modo o mesmo fenômeno.
As variações auditivas e visuais são demonstráveis através da observação seguinte: três são os médiuns presentes ao grupo visitado por André Luiz e
Hilário, sob o comando do Assistente Áulus.
André Luiz pondera que, «sutilmente ligados à faixa fluídica de Clementino (supervisor espiritual da reunião), os três médiuns, cada qual a seu modo, lhe
acusavam a presença», no tocante à vidência e à audiência.
Quanto à vidência, acompanhemos as variações:
a) — Dona Celina o vê perfeitamente.
b) — Dona Eugênia o vê como se estivesse envolvido num lençol.
c) — Castro o vê com nitidez.
No tocante à audição, a mesma diversidade:
d) — Dona Celina ouve-o perfeitamente.
e) — Dona Eugênia ouve-o “em forma de intuição.”
f) — Castro nada ouve.
Porque tal divergência no registro da presença do Espírito amigo?
Clementino não estava sintonizado com os três médiuns?
Não deveria, por conseguinte, ser visto e ouvido em igualdade de condições?
Isso é o que nos parece; entretanto, considerando que o círculo de percepção varia em cada um de nós» e que a luz, atravessando filtros de
várias cores, projeta focos de coloração diferente, a resposta àquelas indagações é simples e lógica.
Cada mente tem uma capacidade peculiar de percepção dos fenômenos, registrando-os, assim, de modo variado.
O médium que estuda e começa a entender esses delicados matizes do mediunismo, dificilmente fará juízos temerários quanto à vidência de outrem,
ante a certeza de que os fenômenos por ele não observados podem, indubitavelmente, ser percebidos por outro companheiro.
Conjugar, pois, o conhecimento da Doutrina e do Evangelho significa caminhar para a compreensão e o entendimento.
O médium esclarecido saberá que os fenômenos espíritas, por transcendentes, estão ainda muito longe de ser por nós integralmente compreendidos.
E recordará, além disso, que a palavra do Senhor permanece:
«Com a mesma medida com que medirdes o vosso irmão, sereis também medidos...»
Do livro ESTUDANDO A MEDIUNIDADE, de Martins Peralva.

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