27/11/2013

A lei da causa e efeito


Em nossas vidas há, entre outras, uma certa lei funcionando constantemente: a lei de causa e efeito.
          Ela é muito semelhante à lei da Física descoberta por Isaac Newton (1642-1727), que diz que toda ação causa uma reação e que a ação e a reação são iguais e opostas.
           Através desta lei, Deus nos torna responsáveis por todos os atos livremente cometidos. Na prática, quer dizer que tudo o que fazemos retorna a nós mesmos, e retorna de maneira automática.


Vejamos alguns exemplos:

1) se exageramos na comida (causa), temos uma indigestão (efeito);
2) se descuidamos da saúde (causa), ficamos doentes (efeito);
3) se costumamos brigar com todo mundo (causa), terminamos sozinhos (efeito).

No entanto, o alcance desta lei é muito maior.
Ela não se limita às ações praticadas na encarnação presente. A lei de causa e efeito liga fatos separados por séculos, por milênios, entre as inúmeras reencarnações do Espírito, de acordo com o mais perfeito princípio de Justiça.
Uma certa circunstância que cria um sofrimento em nossa vida presente, cuja causa não identifica nela mesma, pode ter sido gerada no passado remoto.

Os sofrimentos por causas anteriores são, freqüentemente, como os das faltas atuais, a conseqüência natural da falta cometida; quer dizer, por uma justiça distributiva rigorosa, o homem suporta o que fez os outros suportarem; se foi duro e desumano, ele poderá ser, a seu turno, tratado duramente e com desumanidade: se foi orgulhoso, poderá nascer em uma condição humilhante (...) (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Cap. V, Item 7).
Há livros (inclusive O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO) que colocam este assunto em termos de dívidas contraídas, pagamento de contas, resgate ou coisa parecida. São figuras de linguagem, e não devemos tomá-las ao pé da letra.
Na verdade, ninguém deve nada a Deus, ao Universo, nem mesmo àqueles a quem prejudicou no passado.
Simplesmente possuímos uma consciência, que sabe diferenciar o bem do mal e que sabe reconhecer quando se afasta do caminho do Bem. Essa consciência só encontra a Paz quando, de alguma forma, procuramos consertar os estragos provocados por nossas atitudes. E a lei de causa e efeito nos leva a isto.

Outro engano é crer-se que tudo aquilo que não "pagamos" agora, será "cobrado" mais tarde, com "juros e correção monetária", como se existisse inflação na economia do Cosmo. Se o simples fato de protelarmos o encontro com pessoas e situações onde temos planos de trabalho traçado na Espiritualidade aumentasse o nosso "débito", Deus não seria o Pai misericordioso de Jesus, mas seria o Deus vingativo de Moisés!
Particularmente, creio que esse engano resulte de uma interpretação imperfeita de trechos de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Cap. V, Item 12, que dizem: Deveis considerar-vos felizes por sofrer, porque as vossas dores neste mundo são a dívida das vossas faltas passadas, e essas dores, suportadas pacientemente sobre a Terra, vos poupam séculos de sofrimento na vida futura. (...)
O homem que sofre é semelhante a um devedor que deve uma grande quantia, a quem diz seu credor: "Se me pagardes hoje, mesmo a centésima parte da dívida, eu vos darei quitação de todo o resto, e sereis livres; se não o fizerdes, eu vos perseguirei até que tenhais pagado o último centavo". O devedor não seria venturoso suportando toda sorte de privações para se liberar, pagando a centésima parte do que deve?

Muita atenção: ali não está dizendo que a dívida não quitada se transformará em séculos de sofrimento, mas que teremos essa dívida nos atormentando a consciência durante séculos, até que resolvamos quitá-la. Não é o débito que aumenta: é o sofrimento moral.
Esta interpretação se encaixa perfeitamente, não só com o significado da lição, mas com a Justiça de Deus...

Devemos estar compenetrados do seguinte: perante a Lei de Deus, somos sempre responsáveis:
      
- pelo mal que fizemos;
- pelo bem que deixamos de fazer, quando podíamos;
- pelas conseqüências de termos deixado de fazer esse bem.

E não há maneira nenhuma de aumentar ou diminuir nossas "contas" que não seja o nosso próprio modo de agir.

Texto escrito por Rita Foelke

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