20/10/2010

PEDIR NÃO É COBRAR

Postado por Núcleo de Doutrina Umbandista Luz do Oriente
Existe uma enorme diferença entre
cobrar e pedir ajuda. A Umbanda é uma religião sem preconceitos, mas
sofre pelo preconceito. E esse
sofrimento se dá pela falta de respeito em todos os sentidos e, claro, a questão
mais polêmica é a financeira.
Vamos começar salientando que Umbanda é caridade que não se paga, é amor que
não se mede e é dedicação
que não se discute. Por isso a Umbanda ajuda, mas não cobra e pede, mas não exige.
Mas o que mais acontece
é que quando um dirigente fala em ajuda material tem consulente que já sente um arrepio
e logo pensa: “Estava
demorando! Eu sabia que essa coisa de umbanda é macumba mesmo! Imagina, o pai de
santo quer que eu pague
suas contas!”, e logo vai embora falando horrores do terreiro e da Um­banda. O problema
é que este consulente
esquece que ele lavou as mãos, que deu descarga no banheiro, que o chão está limpo,
que as luzes estão acesas,
que há velas no altar, que ele é defumado, que existe um imóvel pelo qual se paga
impostos, aluguel, contador,
faxineira… Nossa, uma infinidade de coisas! E na próxima semana o Centro estará lá:
novamente de portas abertas
com o chão limpo, as luzes acesas, velas no altar…

Não se percebe que há necessidades básicas para se realizar um trabalho espiritual
e que o consulente também
tem o dever de colaborar e não de julgar, afinal de contas ele se aproveita também
materialmente do local. O
entendimento de que a ajuda financeira também é obrigação da assistência, e não somente
do corpo mediúnico,
é necessário e deve ser encarado naturalmente sem nenhum tipo de constrangimento, tanto
por parte dos dirigentes
espirituais, que devem pedir pois se não pedirem poucos colaboram, quanto por parte do corpo
mediúnico e da assistência.

Observem: A igreja católica pede e incentiva o dízimo com agradecimentos públicos e visitas
particulares e ninguém
xinga o padre. Nos centros kardecistas as pessoas doam com muito orgulho casas, sítios, terrenos, etc.
Os pastores
desafiam os fiéis a “dar uma prova de fé” e as igrejas evangélicas estão aí, tornaram-se uma
potência religiosa. Pessoas
vendem milagres a preços exorbitantes e prometem rapidez no resultado do trabalho e
esses são os bons aos olhos
dos clientes, pois nestes casos não existe a Vontade de Deus, nem a religiosidade. Mal
sabem os que pagam por
isso que realmente conseguem o que querem por terem ativado forças negativas poderosíssimas que aceitam o
pagamento, mas que cedo ou tarde se voltam contra o próprio “cliente”.

Tudo muito natural, não? Para eles sim, mas para os dirigentes espirituais quando há a necessidade
de pedir morrem
de vergonha e são taxados de macumbeiros, tram­biqueiros e caras de pau. Conclusão: o dirigente e
os médiuns literalmente
pagam para abrir as portas do Centro Umbandista, pagam para fazer a caridade e pagam para ajudar o assistido que é o
maior beneficiado e também quem mais fala mal da nossa querida Umbanda tão maltratada e tão mal falada.
Essa Umbanda
que não cobra nada, mas necessita de tudo. Necessita de ajuda, amor, dedicação e principalmente de respeito.

A Umbanda precisa de ajuda, de pagamento não. A Umbanda pede, mas não cobra.

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